- Área: 26,20 km²
- População: 1.035 habitantes (Censos 2021)
História
A freguesia da Boaventura dista 9,5 km da sede do concelho de São Vicente e confina com as freguesias do Arco de São Jorge, Ponta Delgada, São Vicente e Curral das Freiras.
Pedro Gomes Galdo é considerado um dos mais antigos colonizadores deste lugar, tendo possuído terras de sesmaria e sendo-lhe atribuída a fundação da capela de São Cristóvão, topónimo que o sítio ainda hoje conserva. Boaventura situa-se nos arredores de Ponta Delgada, terra conhecida pela fertilidade das suas terras e abundância de madeira e legumes. Historicamente, Boaventura era considerada uma extensão de Ponta Delgada, e as suas terras pertenciam, frequentemente, aos mesmos senhorios da freguesia vizinha. Os moradores de Boaventura sempre desejaram a autonomia de Ponta Delgada até serem desmembrados em 1836. D. João V, por alvará régio de 4 de fevereiro de 1733, autorizou a criação deste curato, desconhecendo-se a sua provisão definitiva, jurisdição e atribuições conferidas. Através do alvará de 18 de novembro de 1836, António Alfredo de Santa Catarina Braga, governador do bispado e vigário capitular, elevou o curato a paróquia, desligando-o totalmente da jurisdição da freguesia de Ponta Delgada. A sede da nova paróquia foi estabelecida na capela de Santa Quitéria, construída no sítio do Serrão em 1731 e reconstruída em 1835. Em 1918, procedeu-se à construção de uma capela no sítio da Fajã do Penedo, dedicada ao Coração Imaculado de Maria.
De acordo com o “Elucidário Madeirense”, a origem do topónimo é desconhecida, sendo necessário, em primeiro lugar, averiguar a sua verdadeira grafia, uma vez que o nome aparece escrito de duas formas: Boaventura e Boa Ventura. Presume-se que a primeira forma seja a mais antiga, comum e usual, ignorando-se, contudo, a razão da preferência por qualquer uma delas. O arquivo paroquial desta freguesia não contém referências à origem do nome.
Boaventura era conhecida pelos seus difíceis acessos, especialmente a ligação precária ao Funchal pelas Torrinhas. Sabe-se que era imposto a cada cabeça de casal o trabalho de cinco dias em obras de benefício público, o que mantinha os caminhos transitáveis. No entanto, com a abolição deste tributo, os principais caminhos ficaram interrompidos em 1863 devido às frequentes quebradas na zona.
Caraterização
Atividades económicas: Agricultura (vinha), comércio, serviços, indústria (construção civil, hoteleira, panificação, extração de inertes, areia, transformação de madeira) e apicultura.
Festas: Santa Quitéria (4.º domingo de maio); Sagrada Família – Falca (3.º domingo de julho); Santíssimo Sacramento (3.º domingo de agosto); Imaculado Coração de Maria – Fajã do Penedo (2.º domingo de setembro); Santíssimo Sacramento – Fajã do Penedo (3.º domingo de setembro).
Património Material: Igreja Matriz (Santa Quitéria), Igreja do Imaculado Coração de Maria (Fajã do Penedo) e Capela da Sagrada Família (Falca).
Outros Locais: Solar de Boaventura, Solar da Silveira.
Gastronomia: Carne de vinho e alhos; sopa de trigo pisado; milho escaldado; batata de pimpinela; pão caseiro; espetada; maçaroca cozida e assada.
Artesanato: Obra de vime, bordados, trabalhos decorativos com miolo de pão, artefactos em madeira, tanoaria e tapeçaria de retalhos.
Coletividades: Grupo Coral da Casa do Povo de Boaventura, Casa do Povo de Boaventura e Associação Cultural e Desportiva de Boaventura.
Orago: Santa Quitéria.
Situação Geográfica
É uma freguesia do concelho de São Vicente, com 26,20 km² de área e 1221 habitantes (2011) e localiza-se a uma latitude de 32° 58′ Norte e a uma longitude de 17 ° 5′ Oeste.
Tem costa no Oceano Atlântico, a norte, fazendo fronteira com as freguesias do Arco de São Jorge (concelho de Santana), a Este, do Curral das Freiras (concelho de Câmara de Lobos), a Sudeste, de Ponta Delgada (mesmo concelho, São Vicente), a Noroeste, e com a sede do concelho, São Vicente, a Sudeste, estando a ela ligada por uma estrada regional.
É uma freguesia essencialmente rural, composta na sua maior parte por terrenos agrícolas. À medida que se avança para Sul, a freguesia torna-se mais montanhosa, sendo particularmente íngreme na fronteira com o Curral das Freiras.
